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28/11/11

BORBOLETE-SE - Adriana Ribeiro

 


"Rudolf Steiner, pai da Antroposofia, disse que: as borboletas são flores que se desprenderam da terra... E que as flores são borboletas que a terra apreendeu... 

Seja como for, se as flores marcam a primavera, as borboletas são seu símbolo maior.
São quatro fases da mesma vida: ovo, lagarta, crisálida e borboleta. Enquanto ovo, é princípio vivo, puro. Representa a potencialidade do ser, guardada dentro de um invólucro de heranças parentais. É fundamental para desenvolver a solidez das bases estruturais do indivíduo. Mas num determinado momento, torna-se necessário romper com essa capa de proteção, para caminhar sobre as próprias pernas.
Assim também somos nós. Uns vivem para sempre no ovo, outros jamais passam de lagarta. E tem gente que vive gestando um sonho, um ideal, mas sem nada realizar... Ainda existem aqueles que, com esforço, se libertam, ganham asas e voam leves! Pousam aqui e ali, no colorido das flores, e só de existir fazem a vida mais bela!
Identifique em que fase você está e observe como fazer para processar a sua metamorfose. Viver é cumprir fase por fase. Desapegar-se do antigo e entregar-se ao novo até ser capaz de voar. Desperte e tente uma nova forma! Deixe acontecer em você esse misterioso processo de se abrir para florescer. Deixe aparecer suas asas, suas melhores cores, seu vôo!"

E, finalmente, as asas libertam a borboleta! Mas, para se chegar à borboleta, é preciso superar o conforto e a comodidade do “já conhecido”... É preciso deixar morrer o velho e partir ao encontro das possibilidades em aberto, sem certezas, sem garantias.
A borboleta é a lição viva de que tudo é passageiro.

A crisálida é o encapsular para gestar. É como se retornasse ao estágio do ovo, mas só que por escolha pessoal. É criar um casulo para si mesmo, como forma de conectar-se com seus sentimentos, sua interioridade e seus próprios desejos.
A lagarta tem o aprendizado da terra, do rastejar, das coisas que se processam lentamente. Simboliza os cuidados com o mundo físico, com os aspectos materiais que compõem a existência cotidiana. Pode ser o lado pesado da vida.

LENDA DO ORIENTE



Conta uma popular lenda do Oriente, que um jovem chegou à beira de um oásis, junto a um povoado e, aproximando-se de um velho, perguntou-lhe:
- Que tipo de pessoas vive neste lugar?

- Que tipo de pessoas vive no lugar de onde você vem? - perguntou por sua vez o ancião.

- Oh! Um grupo de egoístas e malvados - replicou-lhe o rapaz.
- Estou satisfeito por ter saído de lá.

E o velho replicou: - a mesma coisa você haverá de encontrar por aqui.

No mesmo dia, um outro jovem se acercou do oásis para beber água e vendo o ancião perguntou-lhe:
- Que tipo de pessoas vive por aqui?

O velho respondeu com a mesma pergunta:
- Que tipo de pessoas vive no lugar de onde você vem?

O rapaz respondeu:
- Um magnífico grupo de pessoas, amigas, honestas, hospitaleiras. Fiquei muito triste por ter de deixá-las.

- O mesmo encontrará por aqui - respondeu o ancião.

Um homem que havia escutado as duas conversas perguntou ao velho:
- Como é possível dar respostas tão diferentes à mesma pergunta?

Ao que o velho respondeu:
- Cada um carrega no seu coração o meio ambiente em que vive. Aquele que nada encontrou de bom nos lugares por onde passou, não poderá encontrar outra coisa por aqui. Aquele que encontrou amigos ali, também os encontrará aqui. Somos todos viajantes no tempo. O futuro de cada um está escrito no seu próprio passado. Ou seja, cada um encontra na vida exatamente aquilo que traz dentro de si mesmo. O ambiente, o presente e o futuro somos nós que criamos e isso só depende de nós mesmos.
 

24/11/11

ONDE NASCEU JESUS? DESCONHEÇO AUTORIA

 


Perguntemos a Maria Madalena onde e quando nasceu Jesus. E ela nos responderá: - Jesus nasceu em Betânia. Foi certa vez, que a sua voz, tão cheia de pureza e santidade, despertou em mim a sensação de uma vida nova com a qual
até então jamais sonhara.Perguntemos a Francisco de Assis o que ele sabe sobre o nascimento de Jesus. E ele nos responderá: - Ele nasceu no dia em que, na Praça de Assis, entreguei minha bolsa, minhas roupas e até meu nome para segui-lo, pois sabia que somente Ele é a fonte inesgotável de Amor.Perguntemos a Pedro quando se deu o nascimento de Jesus. E ele nos responderá: - Jesus nasceu no pátio do palácio de Caifás, na noite em que o galo cantou pela terceira vez, no momento em que eu o havia negado. Foi nesse instante que acordou minha consciência para a verdadeira vida.
Perguntemos a Paulo de Tarso quando se deu o nascimento de Jesus. E ele nos responderá: - Jesus nasceu na estrada de Damasco quando, envolvido por uma intensa luz que me deixou cego, pude ver a figura nobre e serena que me perguntava: - Saulo, Saulo, porque me persegues? E na cegueira, passei a enxergar um mundo novo, quando eu lhe disse:
- Senhor que queres que eu faça?
Perguntemos a Joana de Cusa onde e quando nasceu Jesus. E ela nos responderá: - Jesus nasceu no dia em que, amarrada ao poste do circo de Roma, ouvi o povo gritar: - Negue! Negue! E o soldado, com a tocha acesa, dizendo: - Este teu Cristo ensinou-lhe apenas morrer? Foi neste instante, que sentindo o fogo subir pelo meu corpo, pude, com toda certeza e sinceridade dizer: - Não, não me ensinou só isso. Jesus ensinou-me também a amá-LO!
Perguntemos a Tomé onde e quando nasceu Jesus. E ele nos responderá: - Jesus nasceu naquele dia inesquecível em que Ele me pediu para tocar as suas chagas e me foi dado testemunhar que a morte não tinha poder sobre o Filho de Deus. Só então compreendi o sentido das palavras: - Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida!
Perguntemos a João Batista onde e quando nasceu Jesus. E ele nos responderá: - Jesus nasceu no instante em que chegando ao Rio Jordão, pediu-me que o batizasse. E, ante a meiguice de seu olhar e a majestade de sua figura, pude ouvir a mensagem do Alto: - “Este é meu filho amado, no qual pus a minha complacência”. (Mateus 17,5). Compreendi que chegara o momento de Ele crescer e eu diminuir, para a Glória de Deus Pai!
Perguntemos a Lázaro onde e quando nasceu Jesus. E ele nos responderá: - Jesus nasceu em Betânia, na tarde em que visitou meu túmulo e disse: - Lázaro! Levanta. Neste momento compreendi, finalmente quem Ele era:
A Ressurreição e a Vida!
Perguntemos a Judas onde e quando nasceu Jesus. E ele nos responderá: - Jesus nasceu no instante em que eu assistia ao seu julgamento e à sua condenação. Compreendi que Jesus estava acima de todos os tesouros terrenos.
Perguntemos, finalmente, a Maria de Nazaré onde e quando nasceu Jesus e ela nos responderá: - Jesus nasceu em Belém, sob as estrelas, que eram focos de luzes guiando os pastores e suas ovelhas ao berço de palha. Foi quando o segurei em meus braços pela primeira vez e senti se cumprir a promessa de um novo tempo através daquele Menino que Deus enviara ao mundo, para ensinar aos homens a lei maior do Amor!
E para nós? Quando Jesus nasceu?
Deixai o Menino Deus, nascer em seu coração neste dia. Que Ele venha trazer Amor e Paz, a nós que
experimentamos viver a lei maior do Amor.
DESEJO AOS QUE POR AQUI PASSAREM QUE O ESPÍRITO NATALINO TRAGA AO NOSSO CORAÇÃO A FÉ INABALÁVEL DOS QUE ACREDITAM EM UM NOVO TEMPO.
MUITO MELHOR, É CLARO!!!

23/11/11

“Fios e Tramas” – Crônica de Suzane Lindoso

 

Que ideia poderia ser mais relaxante que a de uma rede embaixo de uma frondosa árvore, embalada pela brisa leve e fresca? Na correria que marca nosso cotidiano, sua lembrança é um oásis.
Quem não dispõe dessas árvores a colocam em sua varanda e, ainda, quem nem possui varanda, aproveita a de alguns restaurantes, que a disponibilizam para seus clientes se recuperarem de qualquer possível exagero.
Ou que tranquilidade caminhar por lugares naturalmente perigosos, mas devidamente protegidos por redes de segurança! Mas também ela nos remete ao trabalho. O que dizer das redes pesadas e cheias dos pescadores?
Ou até mesmo das tão famosas redes de computadores? Modernamente, a moda são as redes sociais – que nos permitem o relacionamento virtual. Para quem mora longe de parentes ou de amigos, que maravilha poder contar com este fruto da tecnologia!
E o que dizer dos esportes? Que bom brasileiro nunca vibrou com a rede balançando graças a um belo ou a um tão esperado gol! Ou se entristeceu com o ponto perdido pelo adversário ao esbarrar nela a bola, no vôlei? Contudo, como nem tudo são flores, há como se ver laçado por fios invisíveis e perigosos, tramados por pessoas virtuais cheias de maldades reais.
Pois é! A rede nos enlaça, nos envolve, faz parte do nosso dia a dia, quer de um jeito ou de outro. Rede é trama, entrelaçamento, harmonia. Fios que se perdem na construção do tecido, ou do corpo, ou do grupo.
A economia globalizada favoreceu o surgimento de grandes redes empresariais. A rede, composta por fios, é mais poderosa, mais forte. Para onde nos viramos nos deparamos com rede de lojas, de farmácias, de escolas, de restaurantes. A lista é quase infinita. Se isto por um lado é bom, pois nos permite uma estada mais confortável em um lugar pela primeira vez, por outro nos conduz à mesmice. Onde estivermos, veremos praticamente tudo igual. Que cuidem bem dos monumentos, pelo menos eles garantirão a individualidade dos lugares.
É um difícil esforço conceber que a rede – aquela que interliga, diverte, emociona, sustenta – pode enredar-se a ponto de ser exatamente ela o motivo do desenredo.
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A autora:
Suzane Alaíde Lindoso da Silva
Nasceu no Recife (PE),  na década de 60, e reside em Piracicaba desde 1992. Estudou na Universidade Estadual do Ceará, onde cursou Letras. Desde que aportou por aqui, é professora de Língua Portuguesa no Ensino Fundamental e Médio. Professora do Colégio Piracicabano, é apaixonada por textos, livros, palavras! 

TÂNIA O'GRADY disse:
SUSSU, AMEI E VOU COMPARTILHAR…
BELA PRODUÇÃO… VC FEZ DE UMA MARAVILHOSA REDE… UM REDEMOINHO DE CRIATIVIDADE!!!PARABÉNS, AMIGA!
QUE POSSAMOS COM AS “REDES”… “PESCAR” NA VIDA O Q HÁ DE MELHOR, “TECER” BOAS AMIZADES, “TRANÇAR” AMORES, UM RELAXANTE “LEITO” PARA NOS EMBALAR FELIZES, “VIAS DE COMUNICAÇÕES” SAUDÁVEIS, “FIOS” CONDUTORES E SOLIDÁRIOS, “CANALIZAÇÕES” ALEGRES, “CILADAS” DE LINDOS ENCONTROS E “ARMADILHAS” DE SURPRESAS AGRADÁVEIS!!!
AMIGA, RECEBA UM GRANDE BJO MEU. 
  • Suzane disse:
    Como você escreve bem. Fico feliz por ver meus textos explorando o que há de melhor de cada um. Que nossas redes se encham do lado bom e dadivoso da vida. Um grande beijo.

Qual é seu tesouro indivisível? Por Suzane Lindoso

SUSSU, QUE LINDO APEGO ESSE… E COMO ESSE, TEMOS TANTOS! FICA A PERGUNTA Q NÃO QUER CALAR… A FLUTUAR!!! BOA REFLEXÃO PRA GENTE. BJO E PARABÉNS, MINHA AMIGA.
TÂNIA

Estava indo para uma entrevista de emprego. Sabia apenas que seria uma dinâmica em grupo. IIma, após uma noite mal dormida, acabou acordando meio em cima da hora. Fez tudo o que precisava, mas acabou saindo um pouco depois do horário que havia programado. Claro que o trânsito não estaria a seu favor.
Resolveu seguir pela avenida principal, pois os semáforos são sincronizados. Sem dúvida, mas pegou o primeiro vermelho. Naquele momento o que mais desejava era o verde, a cor verde era seu maior sonho naquele dia, perto das oito horas da manhã.
Duas voltas no quarteirão foram suficientes para localizar uma vaga possível para estacionar. Não era a ideal, um pouco apertada para quem foge de baliza, mas àquela altura…
Apresentou-se às 8h05, na recepção. Desculpas. Comentários sobre o trânsito, os semáforos. A recepcionista a tranquilizou. Faltava um candidato. Assim que todos estivessem lá, seriam chamados. Ufa! Um momento para tomar uma água. Café, nem pensar! Iria ficar ainda mais nervosa.
Perdida em seus pensamentos refez o trajeto e lamentou a falta do verde. Por que justo naquele dia o verde estava difícil? Por que… Foi interrompida. Tudo estava pronto para o início das atividades. Uma prece elevada aos céus. Dali dependeria seu futuro próximo.
- Bom dia! Sou Luciane, responsável pelo setor de recursos humanos da empresa. Passaremos alguns momentos juntos nesta manhã. Gostaria que todos ficassem blá, blá, blá…
A tensão era tanta que a ansiedade personificada tinha dificuldades para acompanhar cada uma das palavras despejadas pela psicóloga.
- Agora vou passar com uma caixinha cheia de pedrinhas. Cada um de vocês deverá escolher uma para si. Sejam criteriosos em sua escolha! – seguia falando a Luciane.
“Mas que coisa, o verde que tanto eu esperei chegou as minhas mãos inesperadamente!”
Pois é, quando Ilma olhou para dentro da caixinha uma linda pedra verde pareceu até piscar para ela. Era lisinha, de formas bem arredondadas e dona de um brilho estelar. Sem mais pensar, aquela foi mesmo a escolhida.
Já com a pedra na mão, bem segura, sabia-se agora possuidora de um tesouro, de uma riqueza. A candidata revezava entre seus pensamentos e a fala de Luciane. Sentia-se com dificuldades para se concentrar. O tesouro agora era o que mais importava.
- Muito bem. Até que nem foi difícil escolher, não é mesmo? Pensei que vocês demorariam mais nesta tarefa. Pois é, o próximo passo é vocês pensarem sobre os reais motivos que os levaram à escolha desta pedra que têm em mãos.
“Verde. É verde. O que mais?” – a mais nova rica do pedaço tentava captar o real motivo da escolha. “Bom, Cadu tem os olhos v e r d e s…”
-Você está me ouvindo, Ilma!
- Ã? O quê? Falou comigo? Ah, me desculpe, me perdi um pouco em meus pensamentos.
-É que já passei para a etapa seguinte e apenas você não nos acompanhou.
- Desculpas, novamente. Por favor, pode repetir o que é para fazer?
- Sim. Agora, cada um vai entregar a pedra que está consigo para a pessoa sentada a sua direita.
“Como assim? Esta criatura deve estar louca! Como posso entregar meu tesouro? Nem morta!”
-Ilma, está passando bem? Há algum problema com você?
Transtornada, ela levantou-se e, sem dizer uma palavra sequer, saiu, provocando uma turbulência. Passada a tempestade, Luciane retomou a palavra, encerrando as atividades daquele dia.
Ela saiu dali e foi respirar, entregue aos sentimentos, pensamentos, reflexões. O que a teria levado a tomar semelhante atitude? Sair correndo de uma entrevista de emprego! Negar-se a entregar uma simples pedra para a pessoa ao lado! Que segredos guardariam aquela pedra verde tão linda?
De volta ao trânsito, deu-se conta de que o verde do sinal era o mesmo de sempre, ora aceso, ora apagado. Lembrou-se de que os olhos de Cadu eram simplesmente verdes. Refletiu sobre a pedra que não passava de uma pedra.
Mas, afinal, por que em certos momentos da vida é tão difícil abrir a mão e entregar o que quer que seja? Egoísmo? Egocentrismo? Excesso de zelo? Amor próprio?
Qual é seu tesouro indivisível? A pergunta flutuará no ar.
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A autora:

Nascida em Pernambuco, mas piracicabana de coração, Suzane Lindoso é professora de Língua Portuguesa e Literatura do mais que centenário Colégio Piracicabano (IEP).

SUZANE, SUSSU, COMO A CHAMO,  É MINHA AMIGA E TRABALHAMOS JUNTAS EM FORTALEZA POR MUITOS BONS ANOS.

22/11/11

“Por que Erramos?” Por Kathryn Schulz


Fonte: Folha Online
Errar é natural, acertar é raro. Apesar disso, tratamos nossas escorregadas como exceções, diz Kathryn Schulz, autora de “Por que Erramos?”, publicado neste ano aqui e um dos melhores livros de 2010, segundo a revista “Publishers Weekly”.
Schulz mostra que humano, mesmo, é não assumir o erro –gesto mais nefasto do que o erro em si. “Pagamos um preço alto pela inabilidade em lidar com as falhas.”
Folha – Por que é tão difícil admitir um erro?
Kathryn Schulz – Porque acreditamos que estar errado é ser inferior. E porque, para admitir, precisamos perceber o erro. Se você se apega a uma crença, é difícil ver a evidência contrária e reconhecer que está equivocado. Se é capaz de reconhecer o erro, o próximo passo é admiti-lo publicamente, o que envolve outras apostas: serei humilhado, as pessoas aceitarão o erro, terei de pagar por isso?
Por razões culturais, associamos erro a estupidez, irresponsabilidade, preguiça ou falta de esforço. Nos sentimos idiotas quando erramos.
Algumas culturas lidam melhor com o erro?
A cultura ocidental tem uma relação ambígua com isso: somos intolerantes com os erros dos políticos, mas temos tolerância maior do que o Japão, por exemplo, para erros cometidos por alunos.
Por que erramos?
Em primeiro lugar, porque acreditamos muito nos nossos sentidos. E eles falham. Algumas informações parecem evidentes, mas são falsas. É o caso das ilusões de óptica [veja abaixo] e da cegueira automática –ficamos com a atenção tão focada em um objeto que não prestamos atenção ao redor.
A mente aplica truques. Nossa memória falha e acreditamos nela, achando que a mente reflete o mundo como ele é. Também erramos porque erguemos crenças influenciados pelos outros. Somos ludibriados involuntariamente por família, comunidade. Tiramos conclusões com base em um conjunto confuso de informações.
Como aproveitar um erro?
Aprendemos mais com os erros do que com os acertos. É bom acertar, ótimo para o ego, nossa sobrevivência depende de conclusões corretas sobre o mundo. Mas estar certo não é um processo de aprendizado, é um processo de reforço. Você não registra muita informação em estar certo a respeito de algo. Já quando percebe que está errado é forçado a recuar e a reconstruir a ordem dos fatos, o que te permite aprender.
E por que nos sentimos tão bem com os erros dos outros?
Somos sádicos. Ficamos aliviados com o fato de que é o outro. Algo como: “Ufa, poderia ter sido eu, mas foi você”. É uma forma de reforçar nosso ego, de nos protegermos da dor de estar errado.
No livro, você diz que a atitude diante do erro pode ser pior do que o erro em si. Por quê?
A maioria dos erros não é catastrófica, não afeta de maneira grave as relações. Errar um caminho, uma estrada certa, por exemplo, pode ser irritante, mas pior é alguém ficar insistindo que está certo para não admitir o erro. Começa uma briga ridícula por competição. O que acaba com uma relação é a insistência de um em provar que está certo, não o erro em si.
Tudo pode ser perdoado?
Se algo é mesmo um erro, a pessoa deve ser perdoada. Mas há situações em que há negligência. É o caso de quem não fez seu trabalho direito ou cometeu fraude ou teve intenção de prejudicar outra pessoa. Se um erro sem intenção lesou alguém, precisa haver perdão. Negligência é outra coisa.
Mas alguns erros são fatais…
Não dá para acabar com os erros. Podemos estar errados até sobre o que é o certo e não conseguir distingui-lo do que é estar errado. E se colocarmos a culpa em indivíduos não chegamos a lugar algum.
Vamos dizer que há uma enfermeira que dá a medicação errada a um paciente. É terrível, faz sentido que as pessoas culpem a enfermeira. Mas a pergunta é: por que ela cometeu o erro? Se ela não estava drogada nem pretendia matar, você tem que analisar outras evidências. Talvez a medicação fosse quase idêntica à certa. E se ela só tinha 30 minutos para cuidar de 30 pacientes? A solução é resolver a questão no nível do sistema. Culpar indivíduos nunca vai resolver. É impossível contratar a enfermeira perfeita, mas é possível aperfeiçoar o sistema para que os erros, que são inevitáveis, não causem um mal.

11/11/11

Casa Arrumada - Carlos Drummond de Andrade


A vida é muito mais do que isso...
"A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida
está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência
egoísta que nada arrisca e que, esquivando-nos do sofrimento, perdemos
também a felicidade."

Casa arrumada é assim:
Um lugar organizado, limpo, com espaço livre pra circulação e uma boa entrada de luz.
Mas casa, pra mim, tem que ser casa e não um centro cirúrgico, um
cenário de novela.
Tem gente que gasta muito tempo limpando, esterilizando, ajeitando os
móveis, afofando as almofadas...
Não, eu prefiro viver numa casa onde eu bato o olho e percebo logo:
Aqui tem vida...
Casa com vida, pra mim, é aquela em que os livros saem das prateleiras
e os enfeites brincam de trocar de lugar.
Casa com vida tem fogão gasto pelo uso, pelo abuso das refeições
fartas, que chamam todo mundo pra mesa da cozinha.
Sofá sem mancha?
Tapete sem fio puxado?
Mesa sem marca de copo?
Tá na cara que é casa sem festa.
E se o piso não tem arranhão, é porque ali ninguém dança.
Casa com vida, pra mim, tem banheiro com vapor perfumado no meio da tarde.
Tem gaveta de entulho, daquelas que a gente guarda barbante,
passaporte e vela de aniversário, tudo junto...
Casa com vida é aquela em que a gente entra e se sente bem-vinda.
A que está sempre pronta pros amigos, filhos...
Netos, pros vizinhos...
E nos quartos, se possível, tem lençóis revirados por gente que brinca
ou namora a qualquer hora do dia.
Casa com vida é aquela que a gente arruma pra ficar com a cara da gente.
Arrume a sua casa todos os dias...
Mas arrume de um jeito que lhe sobre tempo pra viver nela...
E reconhecer nela o seu lugar.
 

Receita de Família - Francisco Azevedo

O livro se chama  O arroz de Palma e o autor é Francisco Azevedo. É um livro de uma delicadeza enorme, daqueles inesquecíveis.
 

 
 "O Arroz de Palma"   
 
 
Família é prato difícil de preparar. São muitos ingredientes. Reunir todos é um problema, principalmente no Natal e no Ano Novo.
Pouco importa a qualidade da panela, fazer uma família exige coragem, devoção e paciência. Não é para qualquer um.
Os truques, os segredos, o imprevisível. Às vezes, dá até vontade de desistir.
Preferimos o desconforto do estômago vazio.
Vêm a preguiça, a conhecida falta de imaginação sobre o que se vai comer e aquele fastio. Mas a vida, (azeitona verde no palito) sempre arruma um jeito de nos entusiasmar e abrir o apetite.
O tempo põe a mesa, determina o número de cadeiras e os lugares.
Súbito, feito milagre, a família está servida.
Fulana sai a mais inteligente de todas.
Beltrano veio no ponto, é o mais brincalhão e comunicativo, unanimidade.
Sicrano, quem diria? Solou, endureceu, murchou antes do tempo.
Este é o mais gordo, generoso, farto, abundante.
Aquele o que surpreendeu e foi morar longe.
Ela, a mais apaixonada. A outra, a mais consistente.
E você?  É, você mesmo, que me lê os pensamentos e veio aqui me fazer companhia.
Como saiu no álbum de retratos? O mais prático e objetivo? A mais sentimental? A mais prestativa? O que nunca quis nada com o trabalho?
Seja quem for, não fique aí reclamando do gênero e do grau comparativo.
Reúna essas tantas afinidades e antipatias que fazem parte da sua vida.
Não há pressa. Eu espero.
Já estão aí? Todas? Ótimo. Agora, ponha o avental, pegue a tábua, a faca mais afiada e tome alguns cuidados.
Logo, logo, você também estará cheirando a alho e cebola.
Não se envergonhe de chorar. Família é prato que emociona.
E a gente chora mesmo. De alegria, de raiva ou de tristeza.
Primeiro cuidado: temperos exóticos alteram o sabor do parentesco.
Mas, se misturadas com delicadeza, estas especiarias, que quase sempre vêm da África e do Oriente e nos parecem estranhas ao paladar tornam a família muito mais colorida, interessante e saborosa.
Atenção também com os pesos e as medidas.
Uma pitada a mais disso ou daquilo e, pronto, é um verdadeiro desastre.
Família é prato extremamente sensível. Tudo tem de ser muito bem pesado, muito bem medido.
Outra coisa: é preciso ter boa mão, ser profissional. Principalmente na hora que se decide meter a colher. 
Saber meter a colher é verdadeira arte. Uma grande amiga minha desandou a receita de toda a família, só porque meteu a colher na hora errada.
O pior é que ainda tem gente que acredita na receita da família perfeita. Bobagem. Tudo ilusão. Não existe “Família à Oswaldo Aranha”, “ Família à Rossini”, Família à “Belle Meunière”  ou “Família ao Molho Pardo” em que o sangue é fundamental para o  preparo da iguaria.
Família é afinidade, é “à Moda da Casa”.
E cada casa gosta de preparar a família a seu jeito.
Há famílias doces. Outras, meio amargas. Outras apimentadíssimas.
Há também as que não têm gosto de nada, seriam assim um tipo de “Família Diet”, que você suporta só para manter a linha. 
Seja como for, família é prato que deve ser servido sempre quente, quentíssimo.
Uma família fria é insuportável, impossível de se engolir.
Enfim, receita de família não se copia, se inventa.
A gente vai aprendendo aos poucos, improvisando e transmitindo o que sabe no dia- a -dia. A gente cata um registro ali, de alguém que sabe e conta, e outro aqui, que ficou no pedaço de papel.
Muita coisa se perde na lembrança, principalmente na cabeça de um velho já meio caduco como eu.
O que este veterano cozinheiro pode dizer é que, por mais sem graça, por pior que seja o paladar, família é prato que você tem que experimentar e comer. 
Se puder saborear, saboreie. Não ligue para etiquetas. 
Passe o pão naquele molhinho que ficou na porcelana, na louça, no alumínio ou no barro. Aproveite ao máximo. 
Família é prato que, quando se acaba, nunca mais se repete.
"Se tivéssemos consciência do quanto nossa vida é passageira, talvez pensássemos duas vezes antes de jogar fora as oportunidades que temos de ser e de fazer os outros felizes"

FEIJÕES OU PROBLEMAS - Desconheço a autoria



Diz a lenda que um monge, próximo de se aposentar, precisava encontrar um sucessor. Entre seus discípulos, dois já haviam dado mostras de que eram os mais aptos.
Para sanar as dúvidas sobre qual seria o escolhido, o mestre lançou um desafio, colocando a sabedoria deles à prova: ambos receberiam alguns grãos de feijão, que deveriam colocar dentro dos sapatos, para então empreender a subida de uma grande montanha.
Dia e hora marcados, começa a prova. Nos primeiros quilômetros, um dos discípulos começou a mancar. No meio da subida, parou e tirou os sapatos. As bolhas em seus pés já sangravam, causando imensa dor.
Ficou para trás, observando seu oponente sumir de vista...
Prova encerrada, todos de volta ao pé da montanha, para ouvir do monge o óbvio anúncio.
Após o festejo, o derrotado aproxima-se do vencedor e pergunta como é que ele havia conseguido subir e descer com os feijões nos sapatos:
- Antes de colocá-los no sapato, eu os cozinhei!
Carregando feijões ou problemas, há sempre um jeito mais fácil de levar a vida.
Os problemas são inevitáveis, mas a intensidade do sofrimento é você quem determina.


 



Quer morar comigo? Ivamn Martins

Talvez seja coincidência, mas parte dos meus amigos, jovens e não tão jovens, anda às voltas, neste momento, com uma velha pergunta: será hora de juntar as roupas, rachar as despesas e começar a Fase 2 da vida de casal?
Os motivos que levam ao movimento de unificação dos endereços são conhecidos. As pessoas descobrem  num dado momento, que passam mais tempos juntas do que separadas. Os pertences de cada um se movem, de uma casa para outra, em mochilas, sacolas, bolsas. É um saco. Gavetas que antes guardavam apenas cuecas ou apenas calcinhas transformam-se numa zona mista e conturbada. Objetos começam a sumir na confusão: meias, relógios, sandálias. A noite de domingo, quando tradicionalmente se faz a separação dos corpos, torna-se penosa, por motivos emocionais e práticos: quem quer fazer mala e levar tudo o que faz falta em casa? Quem quer dormir sem conchinha?
Uma alma romântica pode reclamar que estou reduzindo uma grande decisão afetiva a um punhado de questões cotidianas, mas não é isso. Eu já dou de barato que o romance existe. Só ele permite chegar ao estado de confusão de almas que antecede o morar junto. Quando ela vê na sua sala os programas de TV de que você não gosta, quando o conteúdo do nécessaire dela já se espalhou pelo seu banheiro, quando ela sabe, melhor do que você, onde a faxineira guarda a frigideira, o envolvimento está dado.
Ninguém deixa outro alguém entrar tão fundo na própria vida se não estiver apaixonado. Pode acontecer por curtíssimo tempo, mas é raro. As pessoas só admitem na vida delas quem passa pelo controle de imigração dos sentimentos. O passaporte que vale aí é a paixão. Uma ou outra personalidade autoritária (ou carente) pode forçar a barra por algum tempo, mas a artificialidade não se sustenta. Fica na nossa vida quem a gente quer que fique. Quando não há afinidade, carinho e desejo, os sinais de desconforto são mais óbvios que uma ambulância em disparada.
Posto que as pessoas se gostem e que a vida delas já está (voluntariamente) embaralhada, começa a discussão sobre viver ou não viver junto - que está longe de ser simples.
Morar com outro, não se iludam, é uma mudança radical, que exige generosidade. Quem vive junto partilha o espaço e o tempo, às vezes mais do que gostaria. Os românticos dirão: mas é bom estar junto e fazer as coisas de mãos dadas. Nem sempre, eu diria, não para todos. Há pessoas que precisam de distância mesmo daqueles que amam. E quem adora viver grudado também sente falta de silêncio e solidão. O outro frequentemente pesa, e isso pode ser destrutivo para a relação. Namorar, mesmo intensamente, ainda é conviver com o que há de melhor no parceiro, por tempo limitado. Morar junto é abraçar o pacote inteiro, o tempo todo. Nem todo casal aguenta, nem todo mundo sabe viver assim. Unir os endereços pode significar, muitas vezes, separar as pessoas. Todo mundo conhece a história do namoro antigo que explodiu meses ou semanas depois das pessoas mudarem para o mesmo apartamento. Acontece toda hora. 
Morar junto, ademais, atrapalha um lado importante da vida das pessoas, o da autonomia. No mundo ideal, depois de sair da casa dos pais todos viveriam algum tempo sozinhos. O suficiente para aprender a cuidar de si mesmos. Para lidar sem pânico com a solidão. Isso prepara para viver a dois. Quem morou sozinho sabe que é gostoso acordar numa casa vazia e perambular de cueca sem ter de falar com ninguém. Não é como despertar abraçado na pessoa que a gente ama, mas também é bom – e tem de ser aprendido.
Há muito a ser dito contra e a favor da ideia de viver com alguém, mas o essencial é simples: a gente quer e não quer esse negócio. Uma parte de nós anseia por dividir, a outra quer ser dona de tudo – do tempo, do espaço, do corpo. Às vezes, prevalece a parte que deseja liberdade, então estar com outro nos oprime. Em outros momentos, predomina o desejo de ser dois  então dividir é uma delícia. Essa dicotomia, além de onipresente, me parece universal e insolúvel. Todo mundo tem dúvidas a respeito disso. As pessoas sonham com uma paixão tão arrebatadora que dissolva todas as incertezas, mas ela não existe. Diante da possibilidade de dividir o teto com alguém, as hesitações aparecem. Sempre aparecem, por mais maravilhosa que seja a sua consorte, por mais intenso que sejam seus sentimentos.
Eu vejo dois jeitos de lidar com isso, que na vida real se misturam.
O primeiro é racional: vá devagar, avance na medida do seu conforto interior, não tenha pressa e não se deixe pressionar (inteiramente) pelo desejo do outro. Converse. Não estar pronto não significa não gostar. Não querer agora não significa não querer nunca. Não há insulto em pedir tempo. Não há ofensa em ter dúvidas. Lembre: o outro lado também hesita, embora às vezes não diga, embora talvez nem perceba.
O outro jeito é emocional. Se atire, mergulhe, beije na boca. Você nunca vai ter 100% de certeza, então corra o risco, deixe-se levar pela correnteza. A vida é uma longa experiência e viver com alguém de quem se gosta não pode ser ruim. Aprende-se um monte: conviver, brigar, transar, dividir. O melhor jeito de ser adulto é com uma mulher de quem a gente gosta. Uma das melhores maneiras de se você mesmo é estar acompanhado. Se não der certo, não era para ser. Sem drama. Ficam as lembranças, se ganha panelas.
Se você não consegue tomar coragem por nenhuma das vias, se o tempo não aclara as suas dúvidas, então talvez não seja o caso. Não é mortal. A gente namora para ter prazer e para prospectar o terreno. Se a decisão for não avançar, tudo bem. Nem todo namoro termina em chá de panela. Conheço gente que namora em casas separadas há uma década, e é feliz. A vida não tem um formato obrigatório. Descobrir o seu formato é mais importante do que ter alguém para rachar o aluguel ou ver o Fantástico no domingo.

Homem pode ser... Guh Aschar


"Homem pode ser rico, alto, forte... Frequentar restaurantes caros, ir à academia, ter carros importados... Mas o que as Mulheres de verdade esperam de um Homem é atitude. Atitude de Homem é tomar partido, resolver o problema, chamar pra si a responsabilidade. Ser Homem suficiente e ser leal, justo... Reconhecer o valor das pessoas e ter respeito, admiração e orgulho da Mulher que escolheu. Homem de verdade tem voz firme e quando fala não precisa gritar, nem ser grosseiro pra mostrar que tem opinião. Homem tem que ter atitude de Homem, não de moleque ou de menino mimado e sem caráter... Homem mostra que é macho não é brigando no transito ou agredindo Mulher... Homem é macho quando dá prazer e segurança a sua Mulher. Tem que ter bom-humor, pegada, abraço forte e cheiro bom... O resto... Só quem não é Mulher de verdade é que liga!"
 

10/11/11

Coisas que faremos juntos - Por Marli Gonçalves (jornalista)

 DESDE JÁ, DESEJO TUDO ISSO E MUITO MAIS. UM BELO NATAL E QUE O ANO DE 2012 SEJA LINDO! TÂNIA



Esta é uma Mensagem de Natal que,
 como recado em garrafa atirada ao mar,
espera encontrar o seu endereço.
E que seja recolhida e acolhida,
ou novamente distribuída
para outros corações e mentes.
São desejos.

 
Que as águas límpidas e aquela sensação de frescor, de banho tomado, de mergulho no mar contra ziquiziras, e uma brisa suave nos acompanhe hoje, amanhã e sempre. Que nosso coração se fortaleça, e nos mantenha vivos como regentes harmoniosos de nossos destinos. Que nossos olhos enxerguem longe - tanto as injustiças, como que consigam ver quaisquer ameaças veladas tramadas contra nós ou nossos amores. Que nossas mãos sejam estendidas aos que as merecem, e que nossos pés toquem o solo reproduzindo vida e criação em sementes carregadas nas solas dos nossos sapatos. De nossa boca, que saiam respostas e soluções; ou perguntas inquietantes. Que se rompa o medo que fez o silêncio muitas vezes comandar os arrependimentos que carregamos. Que o peso da balança seja mais leve, e que a fita métrica meça e mostre sua altivez diante do mundo. Que você tenha energia e equilíbrio para enfrentar percalços e perdas, tomando-as como ganhos e sabedoria, ou desígnios. Que seus sonhos sejam sempre confortantes e restauradores, mesmo que viva só com seu travesseiro já roto, mas sabedor calado de segredos, dúvidas, angústias, pecados, fraquezas e cansaços. Que você viva bem com você, com o espelho - do carro, do elevador, do banheiro, do hall de entrada, do reflexo do vidro, do copo de água bebido, da poça de chuva. Tal qual Narciso, tenha a honra de bem se mirar. E se ainda não puder fazê-lo, que consiga mudar a tempo para o ano que vem. Mas que consiga se ver. Que uma seiva como a da alfazema, a luz do Sol, a beleza das flores e o canto dos pássaros, o amor bem feito, sejam os seus vizinhos, convidados a entrar todos os dias em sua morada, por menor que seja o espaço dela, ou sendo apenas o seu próprio corpo, sem teto, sem terra, sem lenço, sem documento. Anárquico, mas com as janelas abertas. Para que nenhuma clausura se justifique, a não ser na sua renovação, na meditação, e na procura por trilhas. Que você seja um ser muito amado. E odeie menos. Que perdoe mais, e que expire suas culpas antes que elas cresçam. E que todos os dias receba ao menos um olhar límpido da atenção de uma criança, que também pode estar em espírito dentro de um velho, do maltrapilho, do passante. Nos animais que parecem tudo saber e sentir quando nos pedem afagos, quando se esfregam em nossas pernas, quando emitem sons para os quais ainda não há tradução formal, mas você sabe. Que consiga ultrapassar as barreiras impostas pela moral reinante de alguém a quem não se autorizou, e respeite todos os outros sexos, todas as outras manias, todas as outras crenças e não-crenças, todas as outras estéticas, culturas, hábitos. Mas jamais aceite a imposição de qualquer delas, se delas depender para ser aceito. Não há tanta poesia no mundo, bem sei. E isso não mudará quando o calendário passar por qualquer das estações, sejam as do mundo, ou as do rádio que irradiará a realidade junto com sucessos musicais. Certamente que não poderá comprar tudo o que deseja, e pode estar certo que dia após dia estará mesmo envelhecendo de alguma forma - como o vinho, como a madeira, ou como o alimento vendido nas prateleiras. Mas há a reciclagem. De nossas cinzas e de nossas ideias. Seremos, sim, substituídos. Só podemos rogar que sobrevivamos na memória dos que ficam, e enquanto ficam, e que assim a gente fique sempre. Você já viu: começaram a chegar mensagens de Natal. Boas Festas. Paz na Terra aos Homens de Boa Vontade. Que tudo se realize no ano que vai chegar. Sempre gerais e quase utópicas e iguais, impressas, com seus envelopes, alguns até garbosos. Por debaixo da porta, e não pela chaminé, entram os Papais Noéis, as guirlandas, caixinhas e lacinhos, sinos, renas e trenós. A tradição volta e se espalha pelas cidades, em luzes, nos enfeites nas janelas, alguns pelo amor. Outros, pelo comércio. Pouca ousadia para não cometer pecados numa época que todo mundo fica bonzinho, manso, solidário, principalmente com as pobres criancinhas pobres. Como se fossem dois mundos incutidos religiosamente nas cabeças desde a infância, há a procura pela família, os agrados dos presentes, lembrancinhas e dinheiro em listas, as cestas de Natal, as caixas de espumantes, os panetones. O vai-e-vem, aqui, vira a forma metódica de ano após ano afirmar os caminhos pelos quais trilhou nos últimos meses. Uma espécie de revisão, nas barbas do tal Noel. Não se impressione com isso agora. Você pode todos os dias fazer um Natal interior. Que os anos sejam como os dias. Para a gente nascer, viver e morrer felizes, no que ainda der para salvar.

De um mundo todo girando, girando, girando.
Todos querendo uma resolução.
Uma revolução.

 

Woowww ameeeiii essas frases ♥ mas muitas desconheço a autoria

 
Amo essa gente que tem a leveza na ponta dos dedos e sai por aí respingando beleza nos dias da gente. Karla Tabalipa 
 
“Me julgue pelos meus erros, odeie pelas minhas vitórias, ame por eu ser quem eu sou, mas me conheça antes de acreditar no que falam de mim.” (...)
 
"A maior prisão que podemos ter na vida é aquela quando a gente descobre que estamos sendo não aquilo que somos, mas o que o outro gostaria que fôssemos." Pe. Fábio de Melo
 
Como nos diz Adélia Prado: "Eu sempre sonho que alguma coisa gera. Nunca nada está morto. Aquilo que parece morto, aduba. Aquilo que parece estático, espera".  TUDO É MOVIMENTO, não é?
 
"Trago esse sorriso por desobediência... Desobedeço a tristeza!!!"
 
"Nossos erros devem servir para refletir, não para repetir."
 
Não me preocupo mais em ficar bonita para os outros, de agora em diante quero ficar linda para mim mesmo!!!
 
Fui ao nutricionista e ele me disse: "Você é aquilo que você come". Fiquei pensando. Só como pizza, chocolate, lasanha, pães, etc. Cheguei a uma conclusão. SOU MUITO GOSTOSA. Rsrs  
 
“Tenho muita coisa aqui pra te oferecer, mas sabe o que é? Sou incompleto, também preciso receber.”  Caio Fernando Abreu
 
"Você sabe quando alguém te ama não pelo que ele fala, mas pelo que faz." (Pe. Fábio de Melo)
 
Quem não dá assistência, abre concorrência, perde a preferência e sofre as consequências...!!!
 
Tenho juízo, mas não faço tudo certo... afinal todo paraíso precisa de um pouco de inferno..!!! Martha Medeiros
 
Os olhos e o coração são bons amigos.... mas quando o coração sofre, logo os olhos dão sinal..!!!
 
"Cada sessenta segundos que você passa mal-humorado, angustiado ou mal, é um minuto de alegria que não voltará..." ENTÃO... RELAXE...
 
"Toda vez que você iniciar é o momento certo". Tudo começa na hora certa, nem antes nem depois. Quando estamos prontos para iniciar algo novo em nossas vidas, é que as coisas acontecem..!!!
 
 "A arte alimenta-se de ingenuidades, de imaginações infantis que ultrapassam os limites do conhecimento; é ai que se encontra o seu reino. Toda a ciência do mundo não seria capaz de penetrá-lo." (Loinello Venturi)
 
Um tempo em que, mais do que entender, as pessoas sintam que realmente estamos todos em família na humanidade e que a paz que dizemos querer precisa começar no coração da gente. Na maneira atenta e generosa com que cuidamos de nós mesmos. Nos gestos delicados que estendemos aos outros. De graça. ANA JÁCOMO
 
É preciso recomeçar no caminho que vai para dentro vencendo o medo imaginado assegurar-se no inesperado confiando no invisível desprezando o perecível na busca de si mesmo. Ser o capitão da nau no mais terrível vendaval, na conquista de um novo mundo mergulhar bem fundo para encontrar nosso ser real. (Luiz Gasparetto)