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30/01/12

ANO NOVO, VIDA NOVA - POR ANTÔNIO ROBERTO


Durante a vida, cada um de nós vai armazenando um conjunto de fatos e situações e os sentimentos decorrentes deles. Humanos que somos tornamo-nos depositários de sentimentos bons e ruins. Todas estas emoções, se não são devidamente expressas quando ocorrem, ficam à espera de algum momento propício para se manifestarem.
O Natal e o Final de Ano, envoltos em uma mística espiritual, sensíveis às reflexões vitais e, às vezes, até com algumas conotações supersticiosas, são ocasiões que afrouxam nossos corações, liberando os deuses e os demônios que nos habitam. O encerramento do ano, ao invés de nos remeter a uma consciência culposa tipo “meã culpa” é o momento de renovação: renovar a crença na nossa fragilidade humana e, por conseqüência, na infinita possibilidade de sermos melhores.
Renovar a esperança ativa de que podemos mudar e construir daqui para frente. Renovar no desejo de caminhar sempre, apesar das quedas e dos tropeços e construir a aceitação da realidade tal qual ela é. Hoje é o primeiro dia do resto das nossas vidas. Hoje é o dia. O que passou, passou. E o que vem ainda não chegou.
Ao colocarmos os pés em 2012, nada melhor do que nos aproximarmos de Deus e solicitarmos sua orientação para a paz e a alegria de viver. Transcrevo para os leitores uma das mais lindas orações que já tive acesso: A ORAÇÃO JUDAÍCA, o que serve também de homenagem e solidariedade a todos os meus amigos judeus:
“Deus, não consintas que eu seja o carrasco que sangra as ovelhas, nem uma ovelha nas mãos dos algofes.
Ajuda-me a dizer sempre a verdade na presença dos fortes e jamais dizer mentiras para ganhar os aplausos dos fracos. Meu Deus! Se me deres a fortuna, não me tires a felicidade, se me deres a força, não me tires a sensatez, se me for dado prosperar, não permita que eu perca a modéstia, conservando apenas a dignidade.
Ajuda-me a apreciar o outro lado das coisas, para não enxergar a traição dos adversários, nem acusá-los com mais severidade do que a mim mesmo. Não me deixes ser atingido pela ilusão da glória, quando bem sucedido e nem ficar desesperado quando tiver insucesso. Lembra-me que a experiência de um fracasso poderá proporcionar um progresso maior. O Deus faz-me sentir que o perdão é o maior indício de força e que a vingança é prova de fraqueza.
Se me tirares a fortuna, deixe-me a esperança. Se me faltar a saúde, conforta-me com a graça da fé. E quando me ferir a ingratidão e a incompreensão dos meus semelhantes cria em minha alma a força da desculpa e do perdão. “E finalmente, Senhor, se eu te esquecer, te rogo, mesmo assim, nunca te esqueças de mim.”
Ser feliz não é estar permanentemente em estado de alegria. É estar disponível para a vida, sabendo saborear os momentos bons e atravessar, com humildade e o mais rápido que for possível, os momentos ruins.
A lamentação pelos infortúnios que nos visitaram no ano que passou é uma forma de empacar no caminho. As oportunidades que perdemos, já se foram. Os erros que cometemos estão mortos. Os objetivos não alcançados desapareceram. Agora é hora de nascer. Deixar o Natal virar jeito de vida. Começar o ano novo e transformar o Ano Velho em Mestre, aprendendo com ele. Deixar a perspectiva do futuro inundar nossa vida.

Coluna Bem Viver do Jornal Estado de Minas