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21/09/12

TEMPO MEU - Maria Angélica Falci

 

Tempo meu

Tempo que tanto prezo, desejo e não consigo organizar... Hoje é comum ver pessoas relatar dificuldades em lidar com o tempo. Falam das muitas tarefas cotidianas, queixam-se que gostariam de ter tempo para fazer outras coisas, que não sentem o tempo passar e por aí vai uma infinidade de relatos.
Penso muito a respeito do assunto e compartilho algumas considerações. A maioria vai concordar com a aceleração econômica e social da atualidade, com o alto nível de exigência que faz com que crianças e adultos sejam inundados de atividades para preencher o tempo e seguir numa busca incessante de conhecimentos e aprimoramento de possíveis dons. Tempo ocioso é malvisto nos tempos "modernos". Tornou-se "importante" falar sobre o tanto de atividades que se executa por dia, que o filho não tem nenhum horário livre, e vai por aí afora...
Na verdade, isso que presenciamos reflete inúmeras consequências. Percebem-se uma intensa fadiga e oscilações comportamentais em grande parte das pessoas. Elas trabalham, cuidam dos filhos, preocupam-se em aprender vários idiomas, têm a necessidade de praticar exercícios físicos, fazer novos cursos nos finais de semana, etc. Em resumo, o estresse acumulado fica visível. Assim as pessoas não conseguem refletir, aprofundar as boas conversas, falar de suas percepções ou sobre as coisas boas e valorosas da vida. Estão cansadas demais e, de certa forma, afastadas delas mesmas. Passam a agir de forma mecânica", e o prazer fica em segundo plano.
Com certeza é necessário desenvolvermos atividades profissionais, sociais, familiares, físicas e espirituais. É vital que possamos ativar todas as áreas de nossas vidas, mas com o devido equilíbrio e foco nas prioridades.
Observe-se para não cair na "rede" do "Se tá na moda, vou fazer também". O modismo engole grande parte das pessoas que vivem em ritmo acelerado, sem nenhuma qualidade de vida. Muitas investem tempo em atividades que não têm nada a ver com elas nem dão prazer. Essas pessoas seguem exercendo essas atividades somente para impressionar, como se isso fosse sinônimo de status. Cuidado!
Lembre que o tempo é precioso. É preciso dimensioná-lo com obrigações e prazeres para que o melhor da vida seja vivenciado com intensidade. As crianças que aprendem essa lição levam a vida sendo agraciadas pela segurança emocional, com tendência de buscar atividades que verdadeiramente vão trazer resultado, prazer e alegria. Descobrem desde cedo que não precisam ser o "Sr. Sabe-Tudo" e que a perfeição compete ao íntimo de fazer bem aquilo que se ama. Para elas, o tempo pode ser um grande aliado,caso seja ajustado às reais prioridades.
Nada melhor do que ter "tempo meu"; do parar e cuidar de si. Isso pode significar não fazer nada ou estar no salão, na academia, na terapia ou debaixo de uma árvore conversando com seus "botões" ou com uma pessoa especial. Ficar assim é tudo de bom, quando temos tempo para sentir a VIDA e não sermos devorados pela enfadonha falta de tempo.



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