SOBRE MIM.
Não sou de brincadeira quando falo sobre mim, afinal, eu mereço ser
levada à sério. Respeito pra mim é essencial. Sou do tipo que valoriza o
olhar mas que ainda carrega um gesto tímido na fala. Tenho um jeito
marcante que ao mesmo tempo em que aproxima, afastam muitos. Talvez por
medo, talvez por inveja, tudo depende da intenção de cada um. Sempre fui
certa nas minhas atitudes, direta nas minhas opiniões e errada nas
minhas decisões. Mas nunca, nunca alguém me viu de braços cruzados,
disfarcei-me de cega, mas sempre observei passos errados. Quem me
conhece sente saudades. Sou dia de sol misturada de uma grande
tempestade.
A VIDA SE APRENDE NA MARRA.
Confiamos nas pessoas porque não temos saída, ou confiamos nelas ou
desacreditamos na vida. A gente quebra a cara, caí, se machuca, dói,
pulsa uma cicatriz que não se vê, mas pulsa porque sentimos. Ficamos
mais cuidadosos, mais desconfiados, até que aparece um outro idiota para
tentar nos fazer de idiota de novo. A gente pode até cair, se machucar,
se enganar mais uma vez, mas já estaremos mais fortes para aceitar que a
vida é assim mesmo. Não se aprende a viver com as alegrias, se aprende a
viver na marra, com as chamadas 'decepções' e é por elas que estou de
pé, cabeça erguida e um sorriso de canto a canto no rosto.
SOBRE A REALIDADE.
A gente sempre acha que a vida do outro é mais fácil, que o outro
aparenta ser mais feliz, que isso e que aquilo. Enfim, a vida do outro
tem o mesmo grau de dificuldade que a nossa. É que algumas pessoas não
costumam demonstrar seu ponto fraco, elas destacam o que tem de melhor, a
aparência. Por puro orgulho, vergonha de admitir a sua realidade. Não é
porque aquela mulher usa um salto 15 de dia e o outro usa um terno e
gravata durante o trabalho que a vida deles é as mil maravilhas. Nem
tudo é o que parece ser.
Claro que tem uns que já nascem com a bunda
virada pra lua, outros já nascem com a vida feita, tem aqueles que
escondem dinheiro na cueca, outros desviam verbas de pessoas carentes e
tudo fica por isso mesmo. Claro que tem dinheiro fácil, mas você não
quer sair por aí como eles, roubando os mais necessitados como os
engravatados que estão no poder, nem fazer parte de tráfico nenhum e
muito menos vender seu corpo para uma pessoa que você nunca viu na vida.
Claro, cada um faz o que quer da sua vida, mas acima de tudo temos que
estar em paz com nós mesmos para podermos ir atrás dos nossos objetivos.
Seguir em frente com o orgulho de você mesmo deve ser sua prioridade.
É bem mais prazeroso ganhar a vida com sinceridade, com o próprio suor e
sabendo que fez a coisa certa, que fez o que tinha que fazer. A vida é
assim, um dia a gente perde, no outro a gente ganha. Deixe essa gente
egoista pra lá e aprenda a focar aquilo que você quer. Mesmo começando
lá de baixo, quando você estiver lá em cima todos vão te olhar com a
cabeça erguida. Nada é tão difícil que não possa ser superado, só não
podemos optar pelo lado fácil da vida.
PEDAÇOS QUE ME FIZERAM SER INTEIRA.
Não me atiro a nuvens de algodão sem antes saber se elas vão me
aguentar e aguentar a carga que carrego. Não me jogo sem saber se o
impacto será forte ou se será fraco, se valerá a pena ou não. Mas
confesso que comigo não foi sempre assim. Já me machuquei inúmeras
vezes, já me curei também. Já perdi o controle e bati de frente. Já
atropelei, me atropelei e já fui atropelada. Já caí, já tropecei, já
perdi a noção e me joguei tão forte que só me restaram cicatrizes como
lembranças. Se são boas ou ruins, eu não sei, só sei que me fizeram ser
quem eu sou hoje, uma pessoa totalmente intensa.
Nada para mim é tão
destrutível que não possa haver um concerto. A vida é uma aula gratuita
para todo tipo de defeito, basta você aprender com si mesmo. Não há
segredo, viver é a maneira mais simples de aprender. Mas devo admitir
que sou apressada demais para isso, não sei fazer nada devagar, faço
tudo com velocidade e acabo batendo em algum lugar, me despedaço
inteira, faço picadinhos de mim mesma. Mas confesso, nada, mas
absolutamente nada me impede de voltar sempre inteira.
NÃO ME PROCURE SE FOR PARA ME PERDER.
Não me tire da minha zona de conforto se não for para me fazer sentir,
não bata na minha porta se não for para entrar, não entre se não for
para se acomodar e não me olhe se não for para me fazer sorrir. Eu quero
a intensidade, porque eu sou inteira, intensa, eu sou assim e não tem
como mudar, tem que se acostumar. Quem me conhece sabe, quem não me
conheceu não soube me sentir, quem me sentiu de alguma forma permaneceu,
mas quem não permaneceu, levou um pouco de mim.
Não ande do meu
lado sem me dar as mãos, não me tire de casa se não for para me mostrar
coisas bonitas. Me leve em um ponto mais alto de você e me mostre de lá
toda a sua beleza que aqui de baixo não consigo enxergar. Diga-me coisas
bonitas ou me dê um puxão de orelha, me diga qualquer coisa que me faça
sentir, mesmo se for uma dor saudável, se for para meu bem eu vou
entender. Mas confesso, prefiro que me faça sorrir, sabe como é, eu ando
precisando de sorrisos. Ainda não me curei totalmente das dores que eu
senti ao longo da vida. Por isso eu preciso de delicadezas, afetos,
felicidades urgentes, porque eu tenho pressa nessa vida que passa em um
piscar de olhos.
Só venha ao meu encontro se for para me encontrar,
não me procure se for para me perder. Tenho carências insolúveis, minhas
paixões são extensas, tenho manias inexplicáveis e segredos
inconfessáveis. Então venha de qualquer jeito, mas só venha se for para
fazer do jeito certo, caso contrário, nem venha.
UMA CERTEZA E VÁRIAS CONTRADIÇÕES.
E dentro daquele olhar tinha uma esperança, era tanta esperança que não
cabia dentro daquele olhar, mas ainda sim tinha. Uma ameaça em
pensamento de uma desistência própria, mas não desistia. Um silêncio que
berrava, um pensamento que não se adivinhava e mais uma história que
não se traduzia.
A vida daquela moça era assim, mas nem sempre foi e
nem sempre irá ser. Uma constante mudança a tomava conta, um
determinado passado a obrigava a ser mais cuidadosa consigo mesma, um
ponto indefinido de uma trajetória sem uma chegada conduzia a caminhar
cada vez mais para frente. E ela seguia seu caminho como se não deixasse
nada para trás, mas deixava uma vida, uma vida daquelas que se pode
dizer que somando com sua própria vida, ainda continuava uma só vida.
Duas vidas em uma.
Ela trocou segurança por dúvidas, arriscou suas
certezas, atropelou seus sentimentos, partiu-se no meio e ficou inteira,
de tão inteira tornou-se ausente dela mesma. Tornou-se mais presente de
um futuro 'talvez' mais próximo e esqueceu que se lembrava daquilo que
mais amava, a outra parte que deixou no meio do caminho.
Talvez um
dia a moça volte, talvez ela permaneça por aqui, talvez esse talvez não
exista mais e se torne uma afirmação, uma certeza de que sua única
escolha é seguir, para onde ela não sabe chegar, mas só sabe que irá
chegar.
QUEM NÃO FOR DE VERDADE, NÃO É NINGUÉM.
Poderíamos ultrapassar todas as barreiras e dizer a verdade, poderíamos
enfrentar a todos e dizer todas as palavras engasgadas na nossa
garganta. Cuspir toda essa falsidade que a gente vai engolindo ao longo
da vida, dar vida aos nossos pensamentos, ser defensores de nós mesmos,
poderíamos fazer tudo isso sim, basta querer. Se é uma coisa que eu não
consigo é engolir sapos, vou atrás da verdade esteja ela onde estiver.
Se algo me incomoda, eu falo. Se alguém não vai com a minha cara, eu
ignoro. Se alguém diz alguma mentira ao meu respeito, eu esclareço.
Chega de fingir que todas as pessoas são verdadeiras com a gente, chega
de agradar para não ficar sozinha, chega de mentir para si mesma que o
mundo é colorido, chega. Aprenda uma coisa: as pessoas tem seus
interesses, e um desses interesses pode estar em você. Eu observo, eu
falo, eu escrevo, eu boto em prática. Não sou de ficar calada, me
desculpem pelo meu jeito, mas o silêncio não faz parte da minha verdade.
Eu não sou de dizer meias palavras, eu falo a frase inteira doa a quem
doer. Muitos se afastam, outros se aproximam, mas os que realmente ficam
são os verdadeiros. Eu não tenho medo de mostrar quem eu sou, de gritar
sobre a minha pessoa, de escrever sobre o que eu penso. Posso estar
errada, mas sei que muitos pensam como eu, mas preferem ficar em
silêncio, no seu cantinho, no seu mundinho, na sua vidinha colorida onde
tudo é as mil maravilhas. Eu vou continuando aqui, com as minhas
verdades, nas minhas realidades, sendo quem eu sou porque se não for
assim, nada serei.
SEM LIMITES.
Quando se está em busca de um sonho, somos capazes de tudo. Enfrentamos
a família, os amigos, a fome, o sono e principalmente a falta de
vergonha na cara. Porque para ter coragem, primeiro, é preciso ter
ousadia. Sem ousadia não chegamos a lugar algum, nem mesmo dentro de nós
mesmos. Enfrentamos tudo porque nada na vida é fácil, nada cai do céu,
nada vem de graça, nem o ar que respiramos. Mas mesmo assim, nunca
devemos para de respirar, isso é o mais importante. Caminhar nem é
preciso de muito esforço quando se tem um sonho, ele te conduz, te guia,
te dá forças, te anima, te sustenta e te ergue.
Estarei sempre
pronta para enfrentar qualquer coisa, porque sei que nada é maior do que
a minha vontade de seguir em frente. Mesmo com lágrimas caindo, mesmo
com o desespero batendo na minha porta, mesmo como medo pulando na minha
janela, mesmo quando eu achar que tudo está acabado, criarei forças
para começar. Não permitirei que nada se perca de mim, nem que esteja
tudo por fio, na corda bamba. Eu encontrarei equilíbrio para passar e
chegar do outro lado, porque sei que do outro lado tem algo me
esperando, algo bem melhor, mesmo com novos obstáculos e desafios, os
enfrentarei novamente.
Porque dificuldade se enfrenta, se encara,
cara a cara, com orgulho, mas acima de tudo se enfrenta com humildade,
honestidade. E que venham novos obstáculos, novos enfrentamentos, novos
tropeços. Sim, que venham com tudo porque o mundo é sem limites, mas eu
também sou, e daí?
A PALAVRA É: INESPERADA.
Hoje vou falar sobre mim e sobre todos os motivos que me fizeram ser
quem eu sou hoje. Sim, porque nos tornamos quem somos pelos
acontecimentos, pelos nossos próprios erros e acertos, por tudo aquilo
que esperamos e o que não esperamos acontecer e mesmo assim acontece.
Sou uma pessoa com atitudes inesperadas, talvez porque nasci em uma hora
inesperada ou por eu não saber esperar nada de ninguém. Já sofri com
atitudes de algumas pessoas, já sofri com as minhas próprias atitudes.
Já achei que estava tudo acabado, mas estava apenas começando. Já quis
me esconder na hora em que eu mais precisava mostrar, já quis mostrar na
hora em que eu mais precisava esconder. Já fui boa quando eu precisava
ser má, já fui má quando eu precisava ser boa. Já parti quando eu
precisava ficar, já fiquei quando eu precisava partir. Já me abandonaram
quando eu mais precisei, mas nunca abandonei quem mais precisou de mim.
Sempre tive meus motivos, não é à toa que eu tomo uma decisão drástica.
Sim, já fui muito boba, muito quieta, já fui passada pra trás, hoje
procuro estar sempre na frente, porque aprendi a me colocar sempre em
primeiro lugar. Resolvi mudar não por escolha própria, mas porque a vida
mandou, e quando a vida manda a gente tem que obedecê-la.
PORTA FECHADA, JANELA ABERTA.
Tenho que me desfazer dessa minha mania de deixar a porta aberta, para
entrar a saudade, sair a alegria e todo esse entra e sai de emoções e
nostalgia. Não agüento mais esse meu jeito de ser durona e mole ao mesmo
tempo, é que eu não consigo ser ruim na mesma proporção que eu falo,
então, as pessoas entram de um jeito, saem de outro e ficam ilesas a
todo mal que me fizeram. E me deixam aqui, machucada, sem cura, sem
nada. Outras gostam tanto que permanecem intactas do começo ao fim, me
curando com sorrisos, me esquentando com abraços e juntando todos os
meus pedaços.
Descobri que deixar a porta fechada é melhor, quando
algo quiser entrar, que bata, que insista, isso é prova que o que tem
pelo lado de fora vale a pena. Vou fechar com cadeado, com sete chaves
que é para ter certeza de que ninguém irá arrombar, derrubar, me roubar
aquilo que eu mais prezo, o meu sentimento. Mas vou deixar a janela
aberta, para que tudo continue claro e evidente na hora das minhas
escolhas. Também preciso de ar, do vento, da brisa que entra pela janela
e espanta todos os meus medos, levam todos os meus desassossegos e me
deixa em paz com meus erros.
Eu vou continuar aqui, com os meus
pensamentos gritando para que eu faça algo. Até que eu reaja na luta
contra mim mesma, até que acabe essa guerra de sentimentos, de momentos
que se foram e me encontrar em momentos que estão por vir. Continuarei
sempre aqui, apesar dos apesares, na espera de algo que me faça
acreditar que a sinceridade realmente exista. Continuarei a mesma, mesmo
com a distância, mesmo mudando de rumo para chegar aonde eu
definitivamente me encontre de verdade: dentro de mim.